Introdução e objetivos: As lesões superficiais gastrointestinais podem ser tratadas por musectomia (EMR) e/ou disseção endoscópica da submucosa (ESD). Estas técnicas são usadas frequentemente nos países asiáticos, mas a experiência é mais limitada nos países ocidentais. O objetivo deste estudo foi avaliar a implementação atual da ESD nos países ocidentais. Métodos: Gastroenterologistas ocidentais (n = 279) com artigos publicados entre 2005 e 2017 relacionados com EMR/ESD foram solicitados a preencher um questionário online, no período de Dezembro 2017 até Fevereiro 2018. Resultados: Um total de 58 gastroenterologistas (21%) completou o inquérito. Trinta realizaram ESD esofágica (52%); 45 gástrica (78%); 36 coloretal (62%); e 6 duodenal (10%). A mediana do número total de lesões ressecadas por endoscopista foi 190, sendo que, em 2016, a mediana de lesões tratadas por cada gastroenterologista foi 41 (7 [IQR 1-21] no esófago, 6 [IQR 4-16] no estômago e 28 [5-63] no cólon e reto). A taxa de ressecção em bloco foi de 97% nas lesões esofágicas; 95% nas lesões gástricas e 84% nas lesões coloretais, com uma proporção de casos R0 de 88, 91 e 81%, respetivamente. A taxa de casos curados foi de 69, 70 e 67%, respetivamente. A taxa de complicações graves (perfuração e hemorragia tardia) foi maior na ESD coloretal (12% dos casos vs. 6% no esófago e 7% no estômago). A maioria das lesões esofagogástricas eram adenocarcinomas intramucosos (59% no esófago; 47% no estômago), enquanto as lesões coloretais eram maioritariamente adenomas (59%). Conclusões: Este estudo mostra uma disseminação da ESD na europa por um maior número de centros e gastrenterologistas. Os nossos resultados sugerem uma utilização e eficácia global de acordo com as recomendações europeias.
Background and Study Aim: Superficial gastrointestinal (GI) neoplasms can be treated with endoscopic mucosal resec-tion (EMR) and/or endoscopic submucosal dissection (ESD). These techniques are widely used in Eastern countries; how-ever, its use in the West is limited. The aim of this study was to evaluate the current implementation of ESD in Western countries. Methods: Western endoscopists (n = 279) who published papers related to EMR/ESD between 2005 and 2017 were asked to complete an online survey from Decem-ber 2017 to February 2018. Results: A total of 58 endosco-pists (21%) completed the survey. Thirty performed ESD in the esophagus (52%), 45 in the stomach (78%), 36 in the co lorectum (62%), and 6 in the duodenum (10%). The median total number of lesions ever treated per endoscopist was 190, with a median number per endoscopist in 2016 of 41 (7 [IQR 1-21], 6 [IQR 4-16], and 28 [5-63] in the esophagus, in the stomach, and in the colon and rectum, respectively). En bloc resection rates were 97% in the esophagus, 95% in the stomach, and 84% in the colorectum. Complete resection (R0) was achieved in 88, 91, and 81%, respectively. Curative rates were 69, 70, and 67%, respectively. Major complica-tions (perforation or delayed bleeding) occurred more often in colorectal ESD (12 vs. 6% in the esophagus and 7% in the stomach). In the upper GI tract, the majority of resected le-sions were intramucosal adenocarcinoma (59% in the esoph-agus; 47% in the stomach), while in the colorectum the ma-jority were adenomas (59%). Conclusion: ESD seems to be performed by a large number of centers and endoscopists. Our results suggest that ESD is being successfully imple-mented in Western countries, achieving a good rate of effi-cacy and safety according to European guidelines.